PALÁCIO DO GOVERNO ARACAJÚ JANELLA CENTRAL NA CAIXA DA ESCADA JANELLA LATERAL

Histórico

A COLEÇÃO ORESTE SERCELLI REUNE DOCUMENTOS DE NATUREZA VARIADA QUE REGISTRAM O PROCESSO DE TRABALHO DE UM ARTESÃO NO INÍCIO DO SÉCULO XX. ELA PODE SER DIVIDIDA EM CINCO CONJUNTOS, SENDO ELES: DESENHOS E PROJETOS ORIGINAIS; MANUSCRITOS; FOTOGRAFIAS; OBJETOS DE TRABALHO E BIBLIOTECA (REVISTAS DE DECORAÇÃO, REPERTÓRIOS E TRATADOS). ESTES NÚCLEOS DE DOCUMENTOS PERMITEM ABORDAGENS COMPLEMENTARES DA TRAJETÓRIA PROFISSIONAL DO PINTOR: OS MODELOS UTILIZADOS SAEM DE SUA BIBLIOTECA, AS CARTAS DÃO PISTAS QUANTO AO GOSTO DOS CLIENTES, AS FOTOGRAFIAS, NA SUA MAIORIA NO AMBIENTE DE TRABALHO, APRESENTAM A NUMEROSA EQUIPE ENVOLVIDA NOS PROJETOS CUJA EXECUÇÃO DEMORAVA ATÉ UM ANO E GERAVA, INEVITAVELMENTE, UM CLIMA DE INTIMIDADE E QUASE FAMILIAR ENTRE ARTESÃO E ASSISTENTES. AS PRANCHAS ORIGINAIS, NA SUA MAIORIA AQUARELADAS, SURPREENDEM PELA DELICADEZA RESULTANTE DO DOMÍNIO NA ARTE DO DESENHO E NAS COMBINAÇÕES DE CORES. CONFECCIONADAS PARA AJUDAR O CLIENTE A DECIDIR POR ESTE OU AQUELE PADRÃO DE FRISO, UMA OU OUTRA TONALIDADE PARA O FUNDO DE UMA ORNAMENTAÇÃO PARA O TETO, ESTAS PRANCHAS PERMITEM CONHECER UMA ARTE PRATICAMENTE DESAPARECIDA DAS RESIDÊNCIAS. ALIAM-SE, AQUI, OS VALORES ARTÍSTICOS E HISTÓRICOS. O PINTOR-DECORADOR 1896. CHEGA A SÃO PAULO VINDO DE FLORENÇA - ITÁLIA, O RECÉM-FORMADO PROFESSOR DE ARTES DECORATIVAS ORESTE SERCELLI. A VIUVEZ PREMATURA E A IMPOSSIBILIDADE DE MINISTRAR AULAS NA ESCOLA EM QUE HAVIA VENCIDO O CONCURSO PARA PROFESSORES, DESILUDEM O JOVEM ARTISTA QUE, SEM GRANDES PLANOS, DECIDE-SE PELA AMÉRICA. SEU PRIMEIRO TRABALHO NOS RELATAM SUAS NETAS, FOI PINTAR O MURO DO CEMITÉRIO DO ARAÇÁ. O MOMENTO EM QUE CHEGAVA A SÃO PAULO ERA OPORTUNO PARA ALGUÉM COM CONHECIMENTOS DE ARQUITETURA, DESENHO E ORNAMENTAÇÃO, EM VIRTUDE DO PRIMEIRO SURTO DE CRESCIMENTO E ENRIQUECIMENTO VIVENCIADO PELA CIDADE NA VIRADA DO SÉCULO XIX. RAPIDAMENTE ORESTE SERCELLI LOGROU SUCESSO COM SUAS PINTURAS DECORATIVAS. ENTRE SEUS PRIMEIROS TRABALHOS DESTACAM-SE A DECORAÇÃO DO PALÁCIO GERMAINE BURCHARD (1896, HOJE DEMOLIDO), A ORNAMENTAÇÃO DA CAPELA DE SANTA LUZIA (1898), DA CAPELA DE SANTA CECÍLIA E DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS. EM 1902 JÁ ENCONTRAMOS PROPAGANDAS DE SEU ESTABELECIMENTO EM JORNAIS E REVISTAS. O TRABALHO EM SÃO PAULO SERVIU PARA TORNÁ-LO CONHECIDO EM OUTRAS REGIÕES DO PAÍS E, EM 1906, ORESTE É CONTRATADO PELA FAMÍLIA CATTARINO, DE SALVADOR-BAHIA, PARA DECORAÇÃO DE SUA RESIDÊNCIA. A PARTIR DESTA DATA, PASSA A VIVER EM SALVADOR, TENDO TRABALHADO EM PROJETOS NAS CAPITAIS DO NORDESTE - ARACAJU, MACEIÓ. SUA PRODUÇÃO É DIVERSIFICADA: EM MACEIÓ-ALAGOAS, DECORA O TEATRO DEODORO (1910), EM SALVADOR SUA PINTURA DECORATIVA COMPÕE O CASSINO BAHIANO (1911), O INSTITUTO ANTI-RÁBICO (S/D) E A IGREJA DE NOSSA SENHORA DA AJUDA (1914); EM ARACAJU-SERGIPE, FOI O RESPONSÁVEL PELA DECORAÇÃO INTERNA DO PALÁCIO DO GOVERNO (1918). EM 1921, VOLTANDO A SÃO PAULO, PARTICIPA DA DECORAÇÃO DA IGREJA MATRIZ DA CIDADE DE JAÚ. TRABALHOU COMO PINTOR-DECORADOR ATÉ O SEU FALECIMENTO, EM 1927, APÓS FINALIZAR UM GRANDE PROJETO DE DECORAÇÃO INTERNA E EXTERNA DO PALÁCIO DA FAMÍLIA BENEDUCCI (RUA PARAÍSO, HOJE DEMOLIDO). COM SEU FILHO BRUNO, QUE TAMBÉM ESTUDOU NA ITÁLIA, SEGUINDO-LHE NA TRAJETÓRIA PROFISSIONAL, ORESTE DIVIDIU A AUTORIA DOS ÚLTIMOS PROJETOS.